O Partido dos Trabalhadores (PT) rejeitou, durante seu 17º Encontro Nacional, uma emenda que propunha o fim do novo arcabouço fiscal, aprovado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi tomada em um momento crucial para a gestão do novo presidente da sigla, Edinho Silva, que busca alinhar as diretrizes do partido com as necessidades econômicas do país.
A emenda, que foi considerada uma "herança política do teto de gastos", argumentava que o arcabouço fiscal funcionaria como uma "camisa de força" para os direitos sociais. O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, foi um dos principais defensores da rejeição da proposta, afirmando que o Banco Central e o mercado financeiro poderiam usar os déficits primários como justificativa para manter as taxas de juros elevadas.
Dirceu enfatizou que a busca pelo déficit zero é uma estratégia para reduzir os juros, destacando que o arcabouço fiscal não impede o pagamento dos pisos da saúde e educação, nem a implementação de aumentos reais no salário mínimo ou a ampliação de programas sociais. Ele sugeriu que a tributação de ricos, como parte da reforma do Imposto de Renda, poderia ser uma solução viável para financiar essas iniciativas.
O ex-ministro concluiu que a política econômica do governo deve ser mantida, afirmando que a orientação do presidente Lula é clara e deve ser seguida, independentemente das pressões externas. O encontro do PT reafirmou a posição do partido em relação ao arcabouço fiscal e à necessidade de uma política econômica que priorize os direitos sociais.