Profissionais de saúde mental em todo o mundo estão emitindo um alerta sobre a ‘psicose de IA’, um fenômeno que pode resultar em crises mentais graves para aqueles que interagem com chatbots. Em uma postagem viral no dia 11 de agosto, o psiquiatra Keith Sakata, da Universidade da Califórnia em São Francisco, revelou que já observou 12 casos de hospitalização relacionados a esse problema, caracterizando os chatbots como ‘espelhos alucinatórios’ que podem reforçar delírios e exacerbar crises em indivíduos vulneráveis.
Sakata explica que os grandes modelos de linguagem (LLMs) operam prevendo a próxima palavra mais provável com base em dados de treinamento e feedback humano. Essa dinâmica pode levar a um viés de validação, onde o chatbot reforça as crenças do usuário, potencialmente desencadeando episódios psicóticos em pessoas já predispostas. A pesquisa apresentada na Conferência ACM sobre Justiça e Transparência também concluiu que os LLMs não devem substituir terapeutas humanos, evidenciando falhas significativas na capacidade desses sistemas de lidar com situações críticas, como suicídio.
As implicações desse fenômeno são preocupantes, pois a dependência crescente de chatbots para apoio psicológico pode resultar em consequências graves para a saúde mental. Especialistas enfatizam a importância da interação humana na terapia, destacando que os chatbots podem ter um papel auxiliar, mas não devem ser vistos como substitutos dos profissionais qualificados. O debate sobre a segurança e eficácia dos chatbots na saúde mental continua a ganhar relevância à medida que mais pessoas buscam essas tecnologias como alternativas terapêuticas.