O projeto ‘Águas para a vida’, desenvolvido na Bacia do Paissandu, em Santarém, Pará, visa fortalecer a gestão territorial por meio de um diagnóstico socioambiental. Coordenado pelo professor João Paulo de Cortes, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), o estudo foi realizado em parceria com a comunidade local, que participou ativamente em todas as etapas, desde a coleta de amostras até a discussão dos resultados. A pesquisa revelou mudanças significativas no uso do solo e a vulnerabilidade das comunidades às mudanças climáticas, especialmente em face das secas extremas recentes.
Os pesquisadores enfatizam que o projeto não apenas descreve a situação socioambiental, mas também busca fortalecer as estratégias locais de gestão e conservação da bacia. Metodologias de mapeamento participativo foram aplicadas, integrando conhecimentos locais sobre recursos hídricos e degradação ambiental. Os resultados foram transformados em materiais didáticos acessíveis à comunidade, como cartilhas e mapas, para subsidiar ações educativas e mobilização social.
Os achados da pesquisa serão apresentados na conferência internacional Adaptation Futures 2025, em Christchurch, Nova Zelândia, destacando a importância das estratégias de adaptação às mudanças climáticas para as comunidades amazônicas. O projeto também aponta para a necessidade de políticas públicas que garantam direitos fundamentais e regularização fundiária para os moradores do Projeto de Assentamento Agroextrativista Lago Grande, que enfrenta pressões crescentes devido à exploração econômica e conflitos relacionados à pesca predatória.