Lançado em julho de 2024, o programa Voa Brasil tinha como objetivo democratizar o acesso ao transporte aéreo para aposentados e, futuramente, estudantes. No entanto, um ano após seu lançamento, apenas 45 mil das 3 milhões de passagens prometidas foram efetivadas, representando apenas 1,5% de adesão, conforme dados do Ministério de Portos e Aeroportos. A proposta, que oferecia bilhetes a preços de até R$ 200 por trecho, foi considerada ineficaz e com impacto quase nulo no setor aéreo.
O grupo Livres já havia alertado sobre o insucesso do programa, apontando que subsídios não resolvem os problemas estruturais da aviação brasileira. Em estudo publicado em março de 2024, a organização destacou que a falta de concorrência, a infraestrutura deficiente e a burocracia excessiva são os verdadeiros obstáculos a serem enfrentados. Além disso, questionou a metodologia utilizada para definir o preço das passagens, que não considerou os custos reais das companhias aéreas.
Experiências anteriores, como o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR) e o Voe Minas, também falharam em promover a democratização do setor, resultando em dependência de recursos públicos e distorções na competição. Especialistas sugerem que o Brasil deve adotar práticas bem-sucedidas de outros países, como a abertura do mercado para empresas estrangeiras e a modernização da infraestrutura aeroportuária por meio de parcerias público-privadas.
O fracasso do Voa Brasil evidencia a necessidade de um ambiente regulatório saudável e de estímulo à concorrência, ao invés de soluções populistas e tabelas artificiais. A verdadeira democratização do transporte aéreo no Brasil requer um compromisso com a lógica de mercado e a oferta de mais opções para os consumidores.