Rosana dos Reis Abrante Nunes, professora de Biologia do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) no campus Santa Teresa, foi suspensa por 35 dias e perdeu a gratificação de dedicação exclusiva após afirmar que seus rendimentos com conteúdo adulto eram superiores ao seu salário. A decisão, assinada pelo reitor Jadir José Pela, foi tomada após denúncias de pais de alunos sobre suas atividades em plataformas como OnlyFans e Privacy. O IFES justificou a punição com base na quebra do contrato de dedicação exclusiva, que proíbe remuneração extra fora da instituição.
A professora, que coordena o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e leciona para diferentes níveis de ensino, começou a produzir conteúdo sensual em agosto de 2022, acumulando cerca de 160 mil seguidores e faturando entre R$ 20 mil e R$ 24 mil mensais. Apesar da possibilidade de converter a suspensão em multa, a penalidade foi mantida sem remuneração, e Rosana deverá devolver valores recebidos indevidamente durante o período em que exerceu atividade paralela. O IFES ressaltou que a dedicação exclusiva exige comprometimento integral à instituição, levantando um debate sobre as novas formas de trabalho na era digital.
A situação da professora destaca a tensão entre as novas economias digitais e as normas tradicionais do serviço público. O processo administrativo foi instaurado após uma denúncia formal recebida pela Comissão de Ética dos Servidores Públicos, evidenciando a necessidade de um equilíbrio entre a liberdade profissional e as responsabilidades acadêmicas. O desdobramento deste caso poderá influenciar futuras decisões sobre a atuação de professores em regimes semelhantes, especialmente em um contexto onde profissões como influenciador digital estão em ascensão.