Produtores de frutas do Vale do São Francisco enfrentam desafios significativos após a imposição de tarifas de importação de 50% pelos Estados Unidos, que entrou em vigor no dia 6 de setembro. A medida, que pode resultar em um prejuízo estimado de 60 milhões de dólares para a safra deste ano, tem levado os agricultores a explorar novas rotas de exportação para minimizar os impactos financeiros. Historicamente, cerca de 25% da produção de uvas da região era destinada ao mercado norte-americano.
Em Petrolina, Pernambuco, onde uma fazenda com 35 anos de tradição na produção de uvas enfrenta a nova realidade, o produtor Edis Matsumoto destaca a busca por alternativas, como o aumento das exportações para países europeus e mercados do Oriente Médio e China. "Precisamos desenvolver parcerias locais para viabilizar essas novas rotas", afirmou Matsumoto, ressaltando a importância de diversificar os mercados para garantir a continuidade dos negócios.
O Vale do São Francisco, que é o maior produtor e exportador de uvas e mangas do Brasil, gera cerca de 250 mil empregos diretos. Trabalhadores da região, como Lucineide Silva, expressam preocupação com a incerteza do futuro e o risco de perda de empregos devido à redução das exportações. Especialistas apontam que, se a demanda dos Estados Unidos continuar em queda, a lucratividade dos produtores poderá ser severamente afetada, com a possibilidade de algumas empresas fecharem o ano com prejuízo.
Apesar das dificuldades, gestores do setor, como Fábio Aires, afirmam que as operações continuarão, com envios programados para os Estados Unidos já no início de setembro. "O mercado interno está aquecido e as exportações para a Europa seguem normalmente", concluiu Aires, demonstrando otimismo em meio à crise.