Um ano após a devastadora onda de incêndios em agosto de 2024, os produtores de cana-de-açúcar em São Paulo ainda enfrentam severos prejuízos. As regiões de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto foram as mais afetadas, com a destruição de 658,6 mil hectares de vegetação e plantações, sendo 231,8 mil hectares apenas nos canaviais. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) reporta uma redução de 9% na moagem da matéria-prima nesta safra em comparação ao ciclo anterior.
As consequências dos incêndios ainda são sentidas pelos agricultores, que precisam refazer plantios inteiros perdidos. Almir Torcato, diretor executivo da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), destaca que a perda não se limita à área queimada, mas inclui investimentos em tratos culturais e adubos. O impacto na produtividade é evidente, com a primeira colheita dos replantios prevista apenas para 2026.
Além dos danos econômicos, a qualidade do ar nas regiões afetadas foi severamente comprometida, resultando em riscos à saúde dos moradores. Medidas de monitoramento via satélite e grupos de trabalho estão sendo implementadas para prevenir novos incêndios. Contudo, a recuperação total das áreas devastadas pode levar anos, exigindo um esforço contínuo para restaurar a produção e a saúde ambiental na região.