A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com os impactos da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro nas negociações comerciais com os Estados Unidos. A situação se agrava com a iminente implementação de tarifas sobre produtos brasileiros, anunciadas pelo governo de Donald Trump. Assessores do presidente Lula temem que a inclusão de produtos como café e frutas na lista de exceções, divulgada na semana passada, se torne mais difícil.
A lista de exceções, que abrange cerca de 700 produtos, incluindo aeronaves civis e suco de laranja, foi resultado de negociações com empresários americanos preocupados com os efeitos das tarifas na economia dos EUA. Assessores afirmam que a eliminação dessa lista seria prejudicial ao Brasil, embora acreditem que essa medida não será adotada.
Em meio a esse cenário, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na semana passada, para enfatizar a independência do Judiciário brasileiro, destacando que o governo federal não influencia as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa conversa busca mitigar a tensão política exacerbada por manifestações de apoiadores de Bolsonaro, que pedem anistia ao ex-presidente e apoiam as sanções de Trump contra o STF.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes devido ao descumprimento de medidas cautelares, após sua participação em manifestações no último domingo. Além de restringir as visitas ao ex-presidente, Moraes determinou que Bolsonaro permaneça em casa em tempo integral, limitando sua liberdade de trabalho e interação social.