Investidores brasileiros monitoram atentamente os desdobramentos da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada na segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão ocorre em um momento crítico, às vésperas da implementação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, que entrará em vigor nesta quarta-feira (6).
Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, destaca que a situação eleva a aversão ao risco em relação aos ativos brasileiros, aumentando as incertezas no cenário político e econômico. Ele observa que, apesar de uma expectativa mais positiva anteriormente, o mercado agora aguarda esclarecimentos sobre possíveis mudanças nas tarifas e eventuais retaliações.
A Ativa Investimentos também ressalta a repercussão negativa da decisão, que provocou manifestações em várias partes do Brasil. O governo americano se manifestou, condenando a prisão domiciliar de Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de Estado. A medida, segundo analistas, pode dificultar o diálogo entre os governos brasileiro e americano, reduzindo as chances de um consenso que leve à redução das tarifas ou à ampliação das exceções.
No mercado financeiro, a percepção de risco aumentou, refletindo na cotação do dólar, que subia 0,38%, cotado a R$ 5,528, enquanto o Ibovespa futuro apresentava leve queda de 0,02%, a 133.140 pontos. Especialistas alertam que a situação pode pressionar ainda mais os ativos de risco no Brasil.