O número de indígenas presos no Amazonas aumentou drasticamente, passando de 24 em 2018 para 105 em 2023, conforme dados do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). O crime organizado tem cooptado esses indivíduos para atuar no tráfico de drogas, com relatos de escravidão e exploração em plantações de coca na fronteira com o Peru. Além disso, um relatório recente indica que 204 indígenas estão condenados ou são réus no sistema judiciário estadual, com uma significativa parcela enfrentando problemas relacionados ao uso de álcool e drogas.
A situação é alarmante, especialmente nas comunidades do Vale do Javari e do Alto Solimões, onde a presença do tráfico tem se intensificado. As forças de segurança relatam que muitos indígenas são forçados a transportar drogas em condições precárias, enquanto outros são capturados e escravizados por plantadores de coca. O TJAM destaca que a cocaína escoada pelo Rio Solimões provém principalmente do Peru, evidenciando a complexidade da questão e a necessidade de uma abordagem integrada para combater o crime organizado na região.
As implicações dessa crise são profundas, afetando não apenas a segurança pública, mas também os direitos humanos dos povos indígenas. A crescente cooptação pelo crime organizado exige uma resposta imediata das autoridades, que devem implementar políticas eficazes para proteger essas comunidades vulneráveis. A situação ressalta a urgência de um diálogo entre governo, sociedade civil e organizações indígenas para enfrentar os desafios impostos pelo tráfico de drogas e garantir a dignidade e os direitos dos povos originários.