A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, manifestou sua preocupação em relação à revisão do Preço de Referência de Petróleo (PRP) promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Essa revisão resultou em um aumento nos valores a serem pagos em royalties e participações especiais pelas empresas do setor, o que pode impactar os planos de revitalização dos campos maduros na bacia de Campos, localizada no Norte Fluminense. Durante entrevista à agência eixos nesta segunda-feira, 18, Chambriard afirmou: “Me preocupa dar com um braço e tomar com outro”, referindo-se ao risco de desestimular a produção em um momento em que o preço do petróleo está em queda.
Chambriard explicou que o PRP foi estabelecido na década de 1990 para precificar royalties e participações especiais, mas não considerava o pré-sal, que trouxe um novo patamar de qualidade e valor ao petróleo brasileiro. Ela ressaltou que a bacia de Campos ainda possui 83% de seu potencial inexplorado e que a viabilidade econômica é crucial para garantir a produção. A presidente da Petrobras enfatizou que a nova fórmula de cálculo do PRP, que agora inclui tanto o pré-sal quanto o pós-sal, gera incertezas e pode prejudicar os investimentos necessários para explorar esses recursos.
As implicações dessa revisão podem ser significativas para o setor petrolífero brasileiro, especialmente em um contexto onde a estabilidade econômica é vital. A preocupação de Chambriard reflete um dilema enfrentado pela indústria: como equilibrar a arrecadação governamental com a necessidade de incentivar a produção em campos que ainda têm muito a oferecer. A discussão sobre o PRP e suas consequências será fundamental para moldar o futuro da exploração petrolífera no Brasil.