O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, reabriu a sessão plenária na noite desta quarta-feira, 6, após dois dias de obstrução promovida pela oposição. A resistência, liderada por bolsonaristas, tentou impedir o início dos trabalhos, mas Motta conseguiu iniciar e encerrar a sessão após um discurso em que enfatizou a prioridade do país sobre interesses pessoais. "O país deve estar em primeiro lugar e não projetos pessoais", afirmou.
Durante um discurso de 10 minutos, Motta criticou a obstrução da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que tal atitude não condiz com a história da Câmara. Ele ressaltou que a oposição tem o direito de se manifestar, mas que as táticas utilizadas, como cobrir a boca e os olhos com esparadrapos, não foram benéficas para a Casa. O presidente reafirmou seu compromisso com as prerrogativas dos deputados e a importância do diálogo.
Motta também deixou claro que não negociará a Presidência da Câmara e que não permitirá que obstruções sejam maiores que o Parlamento. Ele pediu aos parlamentares que reconhecessem a Mesa Diretora e anunciou a intenção de formar uma pauta "pró-País" a partir desta quinta-feira, 7. O presidente destacou que a Casa deve voltar a obedecer o regimento e que ele se manterá firme e sereno em sua gestão.
Sem mencionar diretamente a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, Motta reconheceu que "acontecimentos recentes" geraram um "sentimento de ebulição" na Câmara. Ele afirmou que não haverá omissão na discussão de temas atuais, enfatizando a importância de preservar a democracia em tempos conturbados.