O prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB), foi afastado de seu cargo nesta terça-feira (5) por determinação do desembargador Pedro Sotero, do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA). A decisão provisória é parte de uma operação que investiga fraudes em licitações e bloqueou cerca de R$ 500 milhões em bens de 16 pessoas físicas e jurídicas, sendo R$ 140 milhões pertencentes ao próprio prefeito.
As investigações, iniciadas no ano passado, revelaram um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos e empresas do setor de construção civil que mantinham contratos com a prefeitura. O promotor de Justiça Arnaldo Azevedo, do Centro Integrado de Investigação do MPPA, detalhou que Daniel Santos adquiriu uma fazenda em Tomé-Açu, avaliada em R$ 16 milhões, com pagamentos realizados em dinheiro e por meio de empreiteiras.
A operação, denominada "Hades", também resultou em mandados de busca e apreensão em Ananindeua, Fortaleza e outros locais, visando a coleta de provas relacionadas a crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraude em licitações. O vice-prefeito Hugo Atayde assumirá interinamente o cargo durante a investigação.
A assessoria de Daniel Santos afirmou que todo seu patrimônio é declarado conforme a legislação, e a prefeitura criticou a decisão judicial, considerando-a arbitrária e sem direito à defesa prévia. O caso continua sob a análise do Ministério Público do Pará, que busca esclarecer as irregularidades nas licitações públicas.