Os preços da carne bovina no Brasil devem se manter elevados, mesmo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, destaca que o comércio norte-americano tende a desacelerar no segundo semestre, o que normalmente resulta em uma diminuição das compras de carne bovina do Brasil. No entanto, o país já se prepara para diversificar seus mercados, garantindo que a demanda permaneça aquecida.
Fabbri explica que o Brasil possui uma cota que assegura tarifas menores para um volume específico de carne, mas ao ultrapassar essa cota, as tarifas aumentam significativamente. Isso leva o mercado norte-americano a buscar alternativas, enquanto outros compradores se tornam mais ativos. A expectativa é que, independentemente das compras dos EUA, a demanda para os próximos meses já esteja planejada, diluindo a pressão sobre os preços.
Além disso, Fabbri sugere que os produtores adotem contratos de preço mínimo para se proteger contra oscilações de mercado. Com a alta nos preços dos bezerros, os pecuaristas devem optar por manter mais fêmeas no rebanho, preparando-se para a fase de monta e produção de novos bezerros. Essa estratégia pode estimular o setor e garantir uma oferta estável de carne bovina no Brasil.