O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, deixou em aberto a possibilidade de um corte na taxa de juros na próxima reunião da instituição, marcada para setembro. Durante seu discurso no simpósio de Jackson Hole, Powell enfatizou que o atual cenário econômico dos Estados Unidos, caracterizado por uma política monetária restritiva e uma inflação acumulada de 2,6%, pode justificar um ajuste nas taxas. A expectativa gerou euforia em Wall Street, com o índice Dow Jones subindo 1,89% e o Bovespa avançando 2,57%, além de uma queda significativa do dólar em diversos mercados.
Powell alertou sobre os riscos de estagflação, uma combinação de estagnação econômica e inflação elevada, ao mesmo tempo em que reconheceu a fragilidade do mercado de trabalho, que viu o desemprego subir para 4,2%. Ele destacou que a pressão inflacionária pode ser temporária, mas também pode desencadear uma dinâmica inflacionária mais duradoura. O discurso foi aguardado com grande expectativa pelos investidores, que começaram a precificar um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, o primeiro desde dezembro de 2024.
As declarações de Powell refletem um dilema enfrentado pelo Fed: equilibrar a estabilidade dos preços com a promoção do pleno emprego. A pressão externa, especialmente do ex-presidente Donald Trump, que exigiu cortes imediatos nas taxas, adiciona complexidade à situação. Especialistas acreditam que a fraqueza no mercado de trabalho pode ter superado as preocupações com a inflação, levando os mercados a reagirem positivamente às perspectivas de um ciclo de cortes nos juros nos próximos meses.