O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, deixou em aberto a possibilidade de um corte na taxa de juros na próxima reunião da instituição, marcada para setembro. Durante seu discurso no tradicional simpósio de Jackson Hole, ele afirmou que a política monetária atual está em território restritivo e que mudanças no balanço de riscos podem justificar um ajuste. Essa declaração provocou euforia em Wall Street, resultando em uma forte alta na Bolsa de São Paulo e uma queda significativa do dólar.
Powell alertou sobre os efeitos das tarifas impostas por Donald Trump na inflação, mas enfatizou a necessidade de atenção ao desemprego, que voltou a subir para 4,2% em junho. Ele reconheceu que o mercado de trabalho apresenta um equilíbrio curioso, com desaceleração tanto na oferta quanto na demanda por trabalhadores, aumentando os riscos de demissões em massa. Apesar das pressões inflacionárias visíveis, Powell acredita que seus efeitos tendem a ser efêmeros, embora o risco de uma dinâmica inflacionária mais duradoura não possa ser ignorado.
As implicações dessa sinalização são significativas, pois indicam uma possível mudança na política monetária do Fed, que pode impactar os mercados globais. A expectativa de um corte de juros nos EUA diminui a atratividade da renda fixa de curto prazo, incentivando investimentos em ativos de risco. A reação dos mercados foi imediata, com o índice Dow Jones atingindo um recorde e o Ibovespa avançando 2,57%, refletindo a confiança dos investidores nas medidas que podem ser adotadas pelo Fed para equilibrar inflação e emprego.