Sete policiais militares acusados de assassinar quatro homens em uma chácara em Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros, iniciaram seu julgamento em Goiânia nesta terça-feira (19/8). O crime, que ocorreu em janeiro de 2022, resultou na morte das vítimas com quase 60 tiros, e o processo pode durar até três dias devido ao grande número de réus e testemunhas. O Ministério Público de Goiás denunciou os policiais por homicídio qualificado e fraude processual, enquanto a Polícia Militar afirma que seguiu todos os procedimentos legais.
O caso gerou grande repercussão na sociedade, com mais de 100 entidades e movimentos sociais emitindo uma nota de repúdio contra a ação policial. As vítimas, identificadas como Salviano Souza, Ozanir Batista, Antônio da Cunha e Alan Pereira, eram conhecidos na comunidade e não possuíam histórico de violência. O inquérito revelou que os policiais teriam armado uma emboscada e destruído provas no local do crime, levantando sérias questões sobre a conduta da corporação.
As implicações desse julgamento são profundas, refletindo a tensão entre a população local e as forças de segurança. A transferência do júri para Goiânia e o clamor por justiça indicam um crescente escrutínio sobre a atuação da polícia na região. O desfecho do caso poderá influenciar futuras ações judiciais e políticas relacionadas à segurança pública e direitos humanos no Brasil.