A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro por omitir a transferência de R$ 2 milhões para sua esposa, Michelle Bolsonaro, realizada um dia antes de seu depoimento nas investigações sobre as ações de seu filho, Eduardo Bolsonaro, em favor de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. O relatório da PF afirma que o ex-presidente não justificou a transferência e que essa ação foi deliberada, visando apoiar seu filho em medidas que buscavam obstruir investigações em andamento.
A investigação, solicitada ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, apura a suposta atuação de Eduardo para incitar o governo dos EUA a adotar medidas contra o ministro Alexandre de Moraes. A PF concluiu que Bolsonaro atuou conscientemente desde o início de 2025 para evitar ações judiciais que pudessem limitar suas ações e as de seu filho no exterior, especialmente durante os meses em que Eduardo intensificou suas atividades nos EUA.
As implicações dessa investigação são significativas, pois podem agravar a situação legal de Jair Bolsonaro e aumentar a pressão sobre sua família em um momento em que o governo dos EUA já impôs sanções e tarifas contra o Brasil. A situação se complica ainda mais com a licença de Eduardo do mandato parlamentar e o pedido de cassação encaminhado à Comissão de Ética da Câmara, refletindo um clima político tenso e conturbado no país.