A Polícia Federal (PF) apontou em um relatório final, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões para a conta da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na véspera de seu depoimento à corporação, em 21 de fevereiro de 2024. Segundo os investigadores, essa operação foi realizada com o intuito de resguardar o patrimônio do ex-presidente diante da possibilidade de um bloqueio judicial, em um momento de crescente pressão sobre ele, que já enfrentava pedidos de medidas cautelares e discussões sobre a constrição de seus bens.
O relatório da PF destaca que a transferência ocorreu em um contexto delicado para Bolsonaro, que já era alvo de investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado. Além disso, a PF indiciou Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, por coação a autoridades responsáveis pela ação penal do golpe, evidenciando que ambos tentaram obstruir o processo judicial. As mensagens trocadas em um celular apreendido com o ex-presidente indicam uma intensa produção e propagação de conteúdos nas redes sociais, desafiando medidas cautelares impostas anteriormente.
As implicações desse caso são significativas, pois envolvem não apenas a figura do ex-presidente, mas também questões mais amplas sobre a integridade das instituições democráticas brasileiras. A PF identificou indícios de que as ações de Bolsonaro e Eduardo visam diretamente instituições como o STF e o Congresso Nacional, levantando preocupações sobre a saúde da democracia no Brasil. O desdobramento dessas investigações poderá impactar não apenas a carreira política dos envolvidos, mas também a confiança pública nas instituições.