Uma nova resolução do Partido Liberal (PL), assinada no final de julho e divulgada em 1º de agosto, estabelece que integrantes com mandato não podem apoiar pré-candidatos de outras legendas para qualquer cargo. A medida, que visa reforçar a disciplina partidária, pode resultar na perda de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para aqueles que descumprirem a norma. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, justifica a decisão como uma forma de garantir alinhamento com as diretrizes da Comissão Executiva Nacional.
A nova regra pode complicar a situação política do PL em estados como Goiás, onde figuras proeminentes, como o senador Wilder Morais, já articulam alianças para as eleições de 2026 que vão além da legenda. Morais, que tem aspirações de se candidatar ao governo goiano, enfrenta um cenário desafiador, especialmente após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, que limitou suas opções de apoio.
Além disso, muitos prefeitos do PL, que foram eleitos nas últimas eleições municipais, manifestam interesse em apoiar o governador Ronaldo Caiado e seu candidato ao governo, Daniel Vilela. A cúpula do PL, incluindo Morais e Gustavo Gayer, estaria em conversas com Caiado para um possível acordo que poderia resultar no apoio do PL ao projeto de Vilela, em troca de uma candidatura de Gayer ao Senado. A nova resolução do partido pode forçar uma reavaliação das alianças políticas e a migração de membros que desejam manter seus apoios nas próximas eleições.