PGR se opõe à prisão de coronel acusado de driblar ordem de Moraes

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se contra o pedido de prisão do coronel Jorge Naime, da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, por suposto descumprimento de ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Naime é um dos ex-integrantes da cúpula da polícia distrital que são réus pelo 8 de Janeiro e aguardam julgamento. Atualmente, ele é monitorado por tornozeleira eletrônica e enfrenta restrições, como a proibição de uso de redes sociais.

A Fenepe (Federação Nacional de Entidades de Praças Militares Estaduais) solicitou a prisão de Jorge Naime, alegando que ele utilizava sua esposa, Mariana Naime, para se manter ativo nas redes sociais. Em entrevistas a canais do YouTube alinhados à direita, Mariana fez referências a eventos ocorridos durante a crise política. O procurador Gonet afirmou que não foi possível identificar com certeza a pessoa mencionada por Mariana durante as entrevistas. Ela, por sua vez, defendeu que há uma tentativa de silenciar sua voz e criticou a imputação de responsabilidades ao coronel por suas declarações.

O coronel Jorge Naime enfrenta acusações graves, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A denúncia da PGR sugere que ele adotou uma estratégia deliberada para se distanciar da crise política, o que poderia indicar conivência com ações violentas. O desdobramento desse caso pode ter repercussões significativas no cenário político e judicial brasileiro, especialmente em relação às medidas de segurança e à responsabilização dos envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro.

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