O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se contra o pedido de prisão do coronel Jorge Naime, da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, por suposto descumprimento de ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Naime, um dos ex-integrantes da cúpula da polícia distrital e réu pelo 8 de Janeiro, está sob monitoramento por tornozeleira eletrônica e proibido de utilizar redes sociais. A Federação Nacional de Entidades de Praças Militares Estaduais (Fenepe) solicitou sua prisão, alegando que o coronel usava sua esposa, Mariana Naime, para contornar as restrições impostas. Mariana participou de entrevistas em canais do YouTube ligados à direita, onde recorreu a um assessor fora do enquadramento da câmera para relembrar eventos ocorridos na Praça dos Três Poderes. Para Gonet, não foi possível identificar com certeza a pessoa mencionada por Mariana. Em resposta, ela afirmou que há uma tentativa de silenciar sua voz e que o coronel não deve ser responsabilizado por suas declarações. Jorge Naime enfrenta acusações graves, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito e conivência com ações violentas. A PGR ressalta que ele adotou uma estratégia deliberada para se afastar da crise, o que reforça as preocupações sobre sua conduta.