A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta sexta-feira (22) uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tagliaferro é acusado de atuar contra a legitimidade do processo eleitoral e de obstruir investigações relacionadas a atos antidemocráticos, incluindo crimes como violação de sigilo funcional e coação no curso do processo. Segundo a PGR, ele teria vazado informações sigilosas para atender interesses de uma organização criminosa que dissemina notícias falsas sobre o sistema eleitoral.
A denúncia destaca que Tagliaferro, enquanto assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, teria revelado diálogos confidenciais com servidores do STF e do TSE. A Procuradoria argumenta que sua atuação foi alinhada a um grupo que tenta desestabilizar a democracia brasileira, evidenciada pela sua saída do país e pela intenção de divulgar novas informações sigilosas em um estado estrangeiro. A PGR também menciona que ele recebeu apoio nas redes sociais de grupos bolsonaristas, reforçando sua conexão com a organização criminosa.
Agora, o STF deve abrir um prazo para que a defesa de Tagliaferro se manifeste sobre as acusações. Após essa etapa, a Corte decidirá se aceita a denúncia e se torna o ex-assessor réu. Não há previsão para o julgamento, mas a situação levanta preocupações sobre a continuidade das investigações e a proteção do Estado Democrático de Direito no Brasil.