A Procuradoria-Geral da República (PGR) está considerando apresentar uma nova acusação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, no contexto da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. O foco da análise é uma suposta articulação entre Bolsonaro e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) através de sanções econômicas que visariam coagir ministros da Corte. Segundo um relatório da Polícia Federal, Bolsonaro teria discutido com aliados a possibilidade de vincular a suspensão de tarifas impostas pelos EUA a uma anistia ampla para os acusados dos eventos de 8 de janeiro.
O relatório da PF também menciona a participação do deputado Eduardo Bolsonaro e do comentarista Paulo Figueiredo, que teriam atuado nos Estados Unidos para reforçar essa campanha junto a aliados de Trump. O ministro Alexandre de Moraes classificou as ações do pastor Silas Malafaia, que orientou Bolsonaro a explorar politicamente as medidas americanas, como atos executórios de coação e obstrução de Justiça. As ameaças e pressões públicas visavam constranger a cúpula do Judiciário e interferir nas investigações contra o ex-presidente.
As possíveis novas acusações podem complicar ainda mais a situação legal de Bolsonaro, que já é réu em um processo relacionado à tentativa de golpe após as eleições de 2022. Em resposta ao indiciamento, Eduardo Bolsonaro defendeu sua atuação nos EUA como uma luta pela liberdade individual e criticou a Polícia Federal por tratar conversas privadas como crime. O desdobramento dessa investigação poderá ter impactos significativos na política brasileira e na imagem pública dos envolvidos.