A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que o pastor Silas Malafaia exerceu papel de “orientador e auxiliar” nas ações de Jair Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro para tentar coagir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e obstruir investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. A manifestação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes e embasou a decisão que impôs medidas cautelares contra o líder religioso. Segundo a PGR, as mensagens e publicações analisadas pela Polícia Federal revelam “significativos elementos” da participação de Malafaia em uma campanha coordenada para interferir no andamento da ação penal da trama golpista, na qual o ex-presidente é réu.
O documento, com 33 páginas, destaca que Malafaia chegou a orientar Bolsonaro a condicionar a suspensão de sanções tarifárias impostas pelos Estados Unidos a uma “anistia ampla e total” para investigados por tentativa de golpe. A PGR conclui que Malafaia está associado ao propósito comum de interferir ilicitamente no curso da Ação Penal n. 2668. Além disso, a Procuradoria defendeu medidas como busca e apreensão de documentos e acesso a dados bancários e telemáticos do pastor, alegando que a gravidade das condutas supera o direito à privacidade.
O ministro Alexandre de Moraes acolheu os argumentos da PGR e determinou que Malafaia entregue seu passaporte e não mantenha contato com os demais investigados. Essa decisão ressalta a seriedade das acusações e a necessidade de garantir a integridade das investigações em andamento sobre os atos golpistas, refletindo um momento crítico na política brasileira e suas implicações legais.