A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que o pastor Silas Malafaia exerceu papel de ‘orientador e auxiliar’ nas ações de Jair Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro para tentar coagir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e obstruir investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. A manifestação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes e embasou a decisão que impôs medidas cautelares contra o líder religioso. Segundo a PGR, as mensagens e publicações analisadas pela Polícia Federal revelam ‘significativos elementos’ da participação de Malafaia em uma campanha coordenada para interferir no andamento da ação penal da trama golpista, na qual o ex-presidente é réu. O órgão destacou que o pastor chegou a orientar Bolsonaro a condicionar a suspensão de sanções tarifárias impostas pelos Estados Unidos a uma ‘anistia ampla e total’ para investigados por tentativa de golpe. Na mesma manifestação, a Procuradoria defendeu medidas como busca e apreensão de documentos e aparelhos eletrônicos, além do acesso a dados bancários, fiscais e telemáticos de Malafaia, alegando que a gravidade das condutas supera o direito à privacidade. Moraes acolheu os argumentos e determinou que o pastor entregue seu passaporte e não mantenha contato com os demais investigados.