A Polícia Federal (PF) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a manutenção de agentes em tempo integral na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, argumentou que o monitoramento eletrônico por tornozeleira não é suficiente para prevenir uma possível fuga, citando o caso do juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como Lalau, como precedente. Desde 4 de agosto, Bolsonaro está em prisão domiciliar e enfrenta acusações relacionadas a uma tentativa de golpe.
Rodrigues destacou que a vigilância efetiva exigiria fiscalização de veículos e vizinhos no condomínio onde Bolsonaro reside, o que seria difícil de implementar. O ministro Moraes já havia determinado que a Polícia Penal do Distrito Federal realizasse o monitoramento em tempo integral, considerando o risco elevado de fuga do ex-presidente. A PF também iniciou tratativas com a Secretaria Nacional de Políticas Penais para um possível reforço na segurança.
O pedido da PF foi motivado por declarações do deputado federal Lindbergh Farias sobre o risco de fuga de Bolsonaro, que se aproxima do julgamento por tentativa de golpe. Moraes enfatizou que as ações do deputado Eduardo Bolsonaro, inclusive no exterior, indicam um potencial risco de evasão. A situação é crítica, pois Bolsonaro já foi indiciado por coação no processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e sua prisão domiciliar foi imposta devido ao descumprimento de medidas cautelares anteriores.