A Polícia Federal (PF) identificou movimentações financeiras de aproximadamente R$ 30 milhões nas contas do ex-presidente Jair Bolsonaro entre março de 2023 e fevereiro de 2024. O relatório, que integra um inquérito sobre a suposta tentativa de obstrução do julgamento da trama golpista de 2022, aponta indícios de lavagem de dinheiro, envolvendo também seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Segundo a análise, mais de 60% do valor recebido por Bolsonaro, equivalente a R$ 19,3 milhões, provieram de transferências via Pix, totalizando 1,2 milhão de lançamentos. O PL, partido do ex-presidente, foi o principal depositante, com R$ 291 mil, enquanto escritórios de advocacia contratados por Bolsonaro receberam ao menos R$ 6,6 milhões. A PF observou que parte das operações financeiras visava “escamotear” recursos e evitar bloqueios judiciais.
Além das movimentações anteriores, entre fevereiro de 2024 e junho de 2025, Bolsonaro movimentou outros R$ 12,8 milhões, incluindo repasses significativos para sua família. O inquérito resultou no indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro por coação de autoridades e tentativa de obstrução da Justiça. A defesa do ex-presidente reagiu com surpresa às acusações, enquanto Eduardo classificou o indiciamento como um “crime absolutamente delirante”.