A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira, 21 de agosto, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelo crime de coação a autoridades. A investigação concluiu que a atuação de Eduardo nos Estados Unidos, com apoio do ex-presidente, tinha como objetivo pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a desistir da ação penal relacionada ao golpe de Estado. Ambos também são acusados de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, uma vez que suas ações visavam obstruir instituições democráticas brasileiras.
A PF apurou que Jair Bolsonaro teria repassado R$ 2 milhões a Eduardo para custear atividades ilícitas no exterior, o que levou à imposição de medidas cautelares contra o ex-presidente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Mensagens obtidas no celular de Bolsonaro revelaram um pedido de asilo político na Argentina, reforçando a tese de que ele planejava fugir do país. Eduardo Bolsonaro negou as acusações e criticou a PF por vazamentos de conversas privadas.
O julgamento da trama golpista, da qual Jair Bolsonaro é réu, está agendado para 2 de setembro e envolve acusações graves como organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. As recentes ações da PF podem impactar não apenas a defesa dos acusados, mas também a percepção pública sobre a integridade das instituições brasileiras em um momento crítico para a democracia no país.