A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro (PL) e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação de organização criminosa, no contexto da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. O relatório final foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), e revela uma ofensiva internacional coordenada entre pai e filho, incluindo pressão por sanções econômicas dos EUA e um rascunho de pedido de asilo político à Argentina.
O documento da PF detalha a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde buscou convencer aliados do ex-presidente Donald Trump a aplicar sanções contra ministros do STF, alegando perseguição política a seu pai. Mensagens trocadas entre eles revelam uma estratégia para manipular a opinião pública no Brasil e afastar rivais políticos, como o governador Tarcísio de Freitas, enquanto tentavam construir uma narrativa favorável à impunidade do ex-presidente.
Além disso, o relatório indica que Jair Bolsonaro transferiu cerca de R$ 2 milhões ao filho, oriundos de campanhas de arrecadação entre apoiadores. A PF conclui que a dupla atuou para obstruir a Justiça e pressionar instituições brasileiras, com o caso agora sob análise da Procuradoria-Geral da República, que decidirá sobre possíveis denúncias ou novas diligências.