A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira, 20, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso de processo e abolição do estado democrático de direito. As acusações surgem em meio a tentativas de interferência no julgamento da ação penal do golpe, atualmente em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório da PF foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, que também impôs restrições ao pastor Silas Malafaia, alvo de busca e apreensão.
Os investigadores encontraram uma minuta de pedido de asilo político na Argentina na residência de Bolsonaro, sugerindo um possível plano de fuga. Além disso, a PF identificou movimentações financeiras suspeitas entre Jair e Eduardo Bolsonaro, incluindo transferências significativas para suas esposas, que podem indicar tentativas de ocultar recursos. A análise das contas bancárias revelou um padrão de repasse de dinheiro que levanta preocupações sobre a origem e o destino dos valores envolvidos.
As implicações desse indiciamento são profundas, pois colocam em xeque a legitimidade das ações dos ex-mandatários e a saúde do sistema democrático brasileiro. A possibilidade de fuga para a Argentina e as medidas cautelares impostas à Malafaia indicam um cenário tenso e complexo, que pode ter desdobramentos significativos nas investigações em curso e na política nacional. A situação exige atenção contínua da sociedade e das instituições para garantir a justiça e a manutenção do estado democrático de direito.