As avaliações preliminares da Petrobras (PETR3;PETR4) para retomar investimentos em etanol mostram uma tendência favorável ao etanol de milho, embora o biocombustível de cana-de-açúcar ainda não esteja totalmente descartado. Fontes da empresa apontam que a redução nos custos de produção do milho e o crescimento significativo do setor, que ultrapassou 30% no último ano, são fatores determinantes para essa escolha. Além disso, a Petrobras demonstra interesse em aumentar a produção nas regiões Norte e Nordeste, onde o cultivo de milho tem crescido consideravelmente, especialmente no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Se as negociações avançarem para a aquisição de participação em empresas produtoras de etanol de milho, a Raízen (RAIZ4), que opera exclusivamente com cana-de-açúcar em suas mais de 20 usinas, poderá ser excluída do processo. As ações da Raízen apresentaram alta de mais de 10% após rumores sobre um possível interesse da Petrobras, embora a empresa tenha enfrentado uma queda significativa na semana anterior devido a um prejuízo trimestral. A Petrobras, por sua vez, não comentou oficialmente sobre as discussões, que ainda estão em estágio preliminar.
A Petrobras já havia indicado anteriormente que sua reentrada no mercado de etanol seria por meio de participações minoritárias, semelhante ao que ocorreu no passado. Com o Brasil adotando uma mistura maior de 30% de etanol na gasolina, a volta ao setor é considerada certa, mas as fontes alertam que as negociações ainda estão longe de serem concretizadas. A situação atual levanta questões sobre o futuro do mercado de biocombustíveis no Brasil e o papel que a Petrobras desempenhará nesse cenário.