Pesquisadores afirmam que não existem sociedades verdadeiramente matriarcais, desafiando a ideia de que as mulheres poderiam ter exercido um domínio absoluto sobre os homens. O conceito de matriarcado, muitas vezes definido como o oposto do patriarcado, sugere um sistema onde as mulheres detêm o poder em todas as esferas sociais, mas essa realidade nunca foi observada na prática. Estudos de campo realizados ao longo do século 20 demonstraram que, embora algumas culturas apresentem mulheres em papéis centrais, o poder é geralmente compartilhado entre os gêneros.
A noção de que sociedades matriarcais existiram remonta ao século 19, quando estudiosos como Johann Jakob Bachofen propuseram que as primeiras organizações sociais eram dominadas por mulheres. No entanto, revisões mais recentes da antropologia mostram que, em culturas como a dos Minangkabau na Indonésia e dos Mosuo na China, as mulheres têm papéis importantes, mas não exclusivos. Em muitos casos, as decisões políticas são tomadas em consenso, refletindo uma divisão de poder entre homens e mulheres.
Diante dessas evidências, antropólogos contemporâneos têm evitado o uso do termo “matriarcado”, preferindo expressões como “matrilinearidade” e “matrifocalidade” para descrever sistemas sociais onde as mulheres ocupam posições centrais. Essa mudança terminológica reflete uma compreensão mais precisa das dinâmicas de poder nas sociedades estudadas, ressaltando a importância do papel feminino sem atribuir a ele uma dominância absoluta.