Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unesp de Araraquara (SP) anunciou o desenvolvimento de um dispositivo inovador para o tratamento da tuberculose, semelhante a uma bombinha de asma. O novo medicamento inalável, chamado 'Inova TB', promete ser mais potente e eficaz do que a terapia oral tradicional, que exige a ingestão diária de até 12 comprimidos por até 24 meses.
O projeto, que conta com um investimento de aproximadamente R$ 14 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e apoio do Sistema Único de Saúde (SUS), visa desenvolver o dispositivo nos próximos três anos. Segundo Fernando Rogério Pavan, professor coordenador da pesquisa, a nova abordagem pode representar um avanço significativo no tratamento da tuberculose, especialmente para pacientes com baixa adesão ao tratamento convencional, que frequentemente desistem devido à duração e aos efeitos colaterais.
Os pesquisadores explicam que a proposta utiliza micropartículas que transportam os medicamentos diretamente aos pulmões, onde a bactéria causadora da tuberculose se instala. A ideia de um tratamento por via inalatória foi um dos fatores que destacaram o projeto em um edital competitivo, onde obteve a 9ª colocação entre mais de 200 propostas em todo o Brasil.
A tuberculose é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a doença infecciosa que mais mata no mundo, com 10,8 milhões de novos casos registrados em 2023. No Brasil, a taxa de infecção é quase seis vezes superior à meta estipulada pela OMS, evidenciando a urgência de inovações no tratamento da doença.