Cesar Mello, professor da Universidade Federal do Pará e pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, denuncia a situação alarmante da criminalidade na Amazônia, especialmente ao longo do Rio Solimões. Em sua análise, Mello aponta a desarticulação entre as Forças Armadas, a Polícia Federal e a Polícia Militar como um dos principais obstáculos para o combate ao crime organizado na região. Ele ressalta que, enquanto a Marinha se limita à fiscalização administrativa, o Exército e a PF não realizam patrulhamento efetivo, deixando à PM a responsabilidade de atuar em um vasto território aquático.
Mello destaca que a falta de uma estratégia conjunta resulta em um cenário onde o tráfico de drogas prospera, com milhares de quilômetros de rios sem vigilância adequada. A complexidade da segurança pública na Amazônia é acentuada pela diversidade geográfica e pela presença de grupos criminosos que exploram as fragilidades do sistema. O pesquisador defende que é essencial estabelecer um plano claro sobre quem deve assumir quais funções nas operações de segurança nas fronteiras.
As implicações dessa situação são profundas, pois a ineficácia no combate ao crime pode levar ao aumento da violência e à deterioração da segurança pública na região. Mello acredita que enfrentar esses desafios é não apenas possível, mas também mais seguro do que nas grandes cidades brasileiras. A articulação entre as forças de segurança é vital para garantir a proteção das comunidades amazônicas e combater o crime organizado de maneira eficaz.