Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com o Ipsos-Ipec e a Fundação Volkswagen, indica que 56% dos brasileiros em dez capitais recorrem a trabalhos extras para complementar seus rendimentos. Os serviços gerais, como faxina e manutenção, lideram a lista de atividades complementares, representando 17% das ocupações extras mencionadas pelos entrevistados. A venda de roupas e artigos usados aparece em segundo lugar, com 12% das citações.
O levantamento, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, foi realizado online entre 1º e 20 de julho de 2025, com pessoas de 16 anos ou mais que residem nas capitais estudadas há pelo menos dois anos. As cidades incluídas na pesquisa são Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O estudo revela diferenças regionais significativas; Belém registra o maior percentual de pessoas que buscam renda extra (70%), enquanto Porto Alegre apresenta o menor índice (47%).
Além da busca por renda adicional, a pesquisa também aborda a mobilidade social e hábitos de consumo. A percepção sobre fome e pobreza é alarmante, com 66% dos participantes acreditando que esses problemas aumentaram em suas capitais no último ano. A necessidade de renda extra é mais expressiva entre grupos específicos, como aqueles com rendimento familiar mensal de até dois salários mínimos e pessoas com deficiência, refletindo uma realidade econômica desafiadora para muitos brasileiros.