A Polícia Federal (PF) apreendeu um pen drive no banheiro do quarto do ex-presidente Jair Bolsonaro, que continha documentos relacionados a uma empresa de um amigo pessoal. O dispositivo foi encontrado durante uma operação em 18 de julho e, apesar da quantidade significativa de arquivos, a maioria estava apagada e não pôde ser recuperada. Os investigadores consideraram o material irrelevante para o inquérito que envolve Bolsonaro e seu filho, Eduardo, e não foi incluído no relatório final.
O pen drive continha catálogos em PDF da Medicalfix, uma empresa de Santa Rita do Passa Quatro (SP), especializada em equipamentos médicos e odontológicos. Entre os documentos encontrados, havia um certificado de boas práticas de fabricação emitido pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa, atestando que a empresa cumpria a legislação sanitária. A PF investiga se o pen drive foi entregue a Bolsonaro durante um encontro com o dentista Mário Roberto Perussi, administrador da Medicalfix, onde discutiram estratégias para a competitividade das empresas brasileiras.
As implicações dessa apreensão podem afetar as investigações em curso sobre Bolsonaro e Eduardo, especialmente considerando que o conteúdo do pen drive não se enquadra no escopo do inquérito principal. Além disso, a PF também encontrou anotações manuscritas no porta-luvas de um dos carros de Bolsonaro, que fazem referência à delação premiada do ex-ajudante Mauro Cid. Essas descobertas levantam questões sobre as possíveis estratégias de defesa do ex-presidente e suas interações com aliados políticos.