A Polícia Federal (PF) deu início a uma investigação sobre a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) em postos de combustíveis no Paraná, revelando um complexo esquema de lavagem de dinheiro. O inquérito, que começou em 2023, tem como ponto central Daniel Dias Lopes, um ex-detento por tráfico de drogas que se tornou procurador de uma distribuidora de combustíveis que obteve lucros estratosféricos. A contabilidade da empresa variou de R$ 0 a R$ 6 milhões em um ano, levantando suspeitas sobre sua origem.
A investigação revelou que Lopes adquiriu dezenas de postos na capital paranaense e que esses estabelecimentos estavam recebendo quantias significativas em dinheiro vivo, com uma média de 2 mil depósitos diários. A quebra de sigilos financeiros revelou uma movimentação total de R$ 23 bilhões em quase quatro anos. Um aspecto crucial da investigação foi a criação de uma fintech pelo grupo criminoso, que facilitou a ocultação das transações financeiras e permitiu a emissão de notas falsificadas.
Os mandados de prisão foram emitidos para Daniel Lopes e Mohamad Hussein Mourad, considerados líderes do esquema, mas ambos conseguiram fugir antes da operação policial. A PF agora investiga possíveis vazamentos que permitiram a fuga dos alvos. A descoberta desse esquema levanta preocupações sobre a extensão da infiltração do crime organizado na economia local e os desafios enfrentados pelas autoridades na luta contra a lavagem de dinheiro.