O presidente eleito da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, responsabilizou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva pelas recentes tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A nova alíquota, anunciada pelo presidente Donald Trump, entra em vigor nesta quarta-feira (6). Em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, Skaf destacou que decisões do governo brasileiro, como a reunião dos Brics e o discurso de Lula sobre desdolarização, foram prejudiciais para o Brasil.
Skaf enfatizou que essas ações podem ter provocado a insatisfação dos Estados Unidos, que é o principal cliente das manufaturas brasileiras. "Nós provocamos, nós não estamos bem com os Estados Unidos por várias razões", afirmou, pedindo cautela para acalmar a situação. O presidente da Fiesp, que já ocupou o cargo de 2004 a 2021 e retornará em 2026, defendeu um esforço diplomático para reverter a decisão americana.
O empresário expressou ceticismo quanto ao plano de socorro do governo brasileiro e ressaltou que a melhor solução seria uma mudança de postura do governo para evitar a tarifa. Skaf alertou que, sem um acordo, as exportações para os EUA podem cair de US$ 40 bilhões para US$ 30 bilhões anuais, resultando na perda de cerca de 100 mil empregos e uma redução de 0,5% no PIB. Embora sua posse esteja agendada para janeiro de 2026, ele se colocou à disposição para ajudar nas negociações com Washington e anunciou a criação de um 'Conselho Global' na Fiesp para fortalecer a diplomacia empresarial, priorizando as relações com os EUA.