No dia 15 de julho de 1950, Paulo Machado de Carvalho, conhecido como ‘Marechal da Vitória’, observava em silêncio a agitação na concentração da seleção brasileira, que se preparava para enfrentar o Uruguai em busca do inédito título mundial de futebol. Vestido com um terno marrom por superstição, ele estava acompanhado de seus filhos e profissionais da Rádio Panamericana, quando decidiu alertar o técnico Flávio Costa sobre o clima de ‘já ganhou’ que dominava o ambiente. Com sua visão crítica, ele acreditava que essa euforia poderia comprometer o desempenho da equipe.
A concentração da seleção no estádio São Januário, no Rio de Janeiro, tornara-se caótica, com dirigentes e torcedores exaltando a equipe antes mesmo do jogo. Paulo Machado, ligado ao São Paulo Futebol Clube, foi um dos poucos a perceber os riscos dessa confiança excessiva. Sua abordagem perfeccionista e metódica se tornaria um marco na história do futebol brasileiro, especialmente após a derrota para o Uruguai em 1950.
Anos depois, sua experiência e aprendizado com a derrota moldaram sua estratégia para os títulos mundiais de 1958 e 1962. Ao evitar a pressão da torcida e da imprensa durante a preparação para a final contra a Suécia, ele demonstrou que uma abordagem cautelosa poderia levar ao sucesso. A contribuição de Paulo Machado de Carvalho para o futebol brasileiro transcendeu sua época, estabelecendo novos padrões para a preparação das seleções.