A Polícia Federal (PF) incluiu o influenciador Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura militar João Figueiredo, em um inquérito que investiga a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em ações contrárias aos interesses do Brasil nos Estados Unidos. A investigação, que se intensificou nos últimos meses, examina a relação de Figueiredo com o governo de Donald Trump e suas articulações que resultaram em sanções ao ministro Alexandre de Moraes e a outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Figueiredo é investigado por três crimes: coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta ao Estado Democrático de Direito. Fontes da PF afirmam que sua inclusão no inquérito era “inevitável”, dado seu envolvimento em postagens e vídeos ao lado de Eduardo e Jair Bolsonaro, onde promovem discursos que atacam o STF.
O histórico de confrontos de Figueiredo com o STF inclui medidas de bloqueio de suas redes sociais, bens e passaporte em 2022, quando foi acusado de disseminar fake news e atacar instituições democráticas. Recentemente, ele foi citado em uma ordem executiva de Donald Trump, que impôs sanções a Moraes, alegando violação de direitos humanos. Embora ainda não tenha sido indiciado no inquérito do 8 de janeiro, Figueiredo já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao STF, em um contexto que envolve investigações sobre possíveis planos de golpe de Estado após as eleições de 2022.