A participação da Petrobras (PETR3;PETR4) nos contratos de longo prazo com distribuidoras de gás natural caiu de 100% para 69% entre 2021 e o fim de 2024, segundo um levantamento divulgado nesta segunda-feira, 25. O estudo, realizado pelo Observatório do Gás Natural, que conta com o apoio do Ministério de Minas e Energia e da Fundação Getulio Vargas, revela uma abertura gradual do setor, apesar do crescimento no número de agentes autorizados e consumidores livres.
O levantamento aponta que, embora o número de empresas autorizadas a comercializar gás natural tenha crescido em média 15% ao ano, a competição ainda não alcançou o consumidor final. Os preços do gás permanecem elevados, limitando os ganhos econômicos para o país. A análise também revela disparidades regionais nos preços, com o Nordeste apresentando valores cerca de 20% menores que os do Sudeste, devido a regras mais flexíveis que estimulam a concorrência.
As implicações dessa mudança são significativas, pois a abertura plena do mercado pode gerar uma economia anual de até R$ 21 bilhões. No entanto, especialistas alertam que é essencial avançar na implementação da nova legislação e garantir acesso igualitário à infraestrutura disponível para destravar esse potencial. A falta de concorrência efetiva ainda resulta em um custo elevado para a indústria brasileira, que paga em média R$ 43,65 a mais por milhão de BTUs em comparação aos Estados Unidos.