Mais de 300 tartarugas-verdes foram encontradas encalhadas no litoral do Paraná no último mês, representando um aumento alarmante de 502% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando apenas 52 encalhes foram registrados. Os dados são do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), realizado pelo Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC-UFPR). Dentre as 314 tartarugas encontradas, cinco estavam vivas e foram resgatadas para cuidados clínicos especializados.
Camila Domit, coordenadora do PMP-BS/UFPR, enfatiza que essa situação exige atenção redobrada, pois as tartarugas-verdes são comuns na região, especialmente em sua fase juvenil. A concentração elevada de encalhes é um reflexo das pressões ambientais que esses animais enfrentam, incluindo a ingestão de plásticos e interações com redes de pesca. Além disso, as mudanças nas condições oceânicas durante o inverno impactam a locomoção e a busca por alimento das tartarugas.
O processo de reabilitação das tartarugas resgatadas é complexo e exige acompanhamento diário, conforme explica o médico veterinário Felipe Yoshio Fukumori. Ele destaca que cada animal requer um protocolo específico para garantir sua recuperação antes da soltura no oceano. A situação atual ressalta a importância de ações de conservação e conscientização sobre a fauna marinha, além da necessidade de uma resposta rápida ao avistar animais encalhados.