O Papa Leão fez uma crítica contundente à "segurança ilusória" do sistema global de dissuasão nuclear durante sua audiência semanal nesta quarta-feira, 6 de agosto, em comemoração ao 80º aniversário do bombardeio atômico de Hiroshima, realizado pelos Estados Unidos no final da Segunda Guerra Mundial. O pontífice, que é o primeiro papa nascido nos EUA, destacou que a tragédia que resultou na morte instantânea de cerca de 78.000 pessoas deve servir como um alerta contra a devastação provocada por armas nucleares.
Leão expressou a esperança de que, em um mundo marcado por tensões e conflitos, a dependência da ameaça de destruição mútua seja substituída pelo diálogo. Sua declaração ocorre em um contexto em que a Igreja Católica, sob a liderança de seu antecessor, o Papa Francisco, já havia mudado sua postura em relação às armas nucleares, condenando sua posse e apoiando o tratado da ONU que visa proibi-las, embora este não tenha sido ratificado por nações que possuem armamentos nucleares.
O apelo do Papa Leão foi feito horas após uma cerimônia em Hiroshima que contou com a presença de representantes de 120 países, incluindo os Estados Unidos, para lembrar o ataque atômico. Entre os participantes estavam bispos católicos do Japão, Coreia do Sul e EUA, que emitiu uma declaração conjunta condenando veementemente a guerra, o uso e a posse de armas nucleares, além da ameaça de seu uso.