Congressistas da oposição manifestaram, nesta segunda-feira (4), um forte repúdio à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES). A medida foi tomada após o senador viajar aos Estados Unidos sem autorização, utilizando seu passaporte diplomático, o que foi considerado uma violação das restrições impostas durante uma investigação em curso.
A decisão de Moraes, assinada em 24 de julho, foi motivada por alegações de que do Val teria descumprido medidas cautelares relacionadas a investigações sobre sua suposta obstrução de investigações da Polícia Federal e incitação a crimes contra delegados e integrantes do STF. O ministro afirmou que houve um "absoluto desrespeito" às ordens judiciais, ressaltando que a viagem do senador havia sido negada anteriormente.
Em resposta, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) anunciou, por meio de suas redes sociais, que um requerimento para cassar a decisão e um novo pedido de impeachment de Moraes estão sendo elaborados. A nota pública divulgada pela oposição destaca que a imposição da tornozeleira compromete o exercício do mandato do senador e questiona a legitimidade da medida, considerando-a uma violação das prerrogativas parlamentares.
Os líderes da oposição, incluindo senadores como Rogério Marinho, Tereza Cristina e Plinio Valério, afirmaram que a situação requer uma reação firme do Senado para preservar sua legitimidade e que a história não perdoará a omissão diante de abusos de autoridade.