Deputados e senadores da oposição, em sua maioria do Partido Liberal (PL), pernoitaram nos plenários da Câmara e do Senado na madrugada desta quarta-feira (6) em um ato de protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na última segunda-feira (4). A ação visa impedir a retomada dos trabalhos legislativos e pressionar pela pauta de anistia geral aos condenados por tentativa de golpe de Estado e pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Os parlamentares se revezaram durante a madrugada, com destaque para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que utilizou suas redes sociais para afirmar que a ocupação é um gesto para colocar em pauta o que considera ser o melhor para o Brasil. A oposição argumenta que a prisão de Bolsonaro é ilegal e que a situação atual representa um novo ataque às instituições democráticas, semelhante aos eventos de 8 de janeiro.
Por outro lado, a base governista critica a ocupação, considerando-a uma chantagem que prejudica a votação de projetos importantes, como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos. O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), classificou a ação como um golpe continuado, que afeta diretamente a população ao impedir a votação de pautas essenciais.
Os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente, convocaram reuniões para discutir a situação. Motta ressaltou a importância do entendimento no Parlamento, enquanto Alcolumbre chamou a ocupação de algo alheio aos princípios democráticos, pedindo serenidade e cooperação entre os parlamentares.