Parlamentares da oposição intensificaram suas táticas nos últimos dias para tentar paralisar os trabalhos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em meio à pressão pela aprovação do Projeto de Lei da Anistia e do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento ganhou força após Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, gerando um clima de tensão nas duas Casas legislativas.
Na noite de quarta-feira, 6, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu reassumir seu posto na Mesa Diretora após horas de tumulto e abriu a sessão por volta das 22h25. Durante seu discurso, Motta enfatizou a importância do diálogo e da democracia, afirmando que a Casa não pode negociar seus princípios fundamentais em tempos de crise.
A deputada Julia Zanatta (PL-SC) trouxe sua filha de quatro meses para o plenário em um ato simbólico, enquanto outros parlamentares, como Hélio Lopes (PL-RJ), usaram esparadrapos como forma de protesto contra o que consideram censura. No Senado, senadores como Magno Malta (PL-ES) e Damares Alves (Republicanos-DF) se acorrentaram à Mesa em um protesto semelhante, refletindo a resistência da oposição em meio a um ambiente legislativo conturbado.
O clima de obstrução se intensificou com a ameaça de suspensão de deputados que tentassem impedir a sessão, enquanto a expectativa de ação da Polícia Legislativa pairava sobre a Câmara. A situação evidencia a polarização política atual e a luta pelo controle das pautas legislativas, com ambos os lados buscando garantir suas agendas em um cenário de crescente tensão.