Após dois dias de obstrução e ocupação da Mesa do Senado, senadores da oposição decidiram encerrar o movimento nesta quinta-feira (7), permitindo a retomada das votações no Plenário. A desocupação ocorreu após reuniões entre os senadores e o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que enfatizou a importância da continuidade dos trabalhos legislativos. Em uma nota divulgada na quarta-feira (6), Alcolumbre afirmou que não aceitaria "intimidações" e que o Parlamento não seria refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento.
Os senadores da oposição, que coletaram 41 assinaturas para um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmaram que continuarão a pressionar por pautas prioritárias, como a proposta de anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado. O senador Magno Malta (PL-ES) declarou que estão dando um "voto de confiança" ao presidente Davi, acreditando que essas matérias serão discutidas.
A coleta das 41 assinaturas, que representa a maioria absoluta dos membros do Senado, foi considerada uma vitória política pela oposição. Contudo, o presidente do Senado possui a prerrogativa de decidir sobre a admissibilidade do processo, conforme a Lei 1.079, de 1950. O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, destacou que a pauta está desobstruída e que a maioria do Senado apoia o impedimento de Moraes, enquanto o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), reiterou que a decisão final cabe a Alcolumbre, independentemente do número de assinaturas.