A oposição no Senado Federal desocupou o plenário na tarde desta quinta-feira (7), após mais de 47 horas de protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão de desocupar o espaço ocorreu após intensas negociações entre os parlamentares, permitindo ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), reabrir os trabalhos em sessão remota, que já estava agendada para discutir pautas econômicas.
O senador Rogério Marinho (PL-RN), que liderou o movimento de protesto, declarou: "Estamos nos retirando da mesa. Esperamos que a partir de agora possamos discutir e trabalhar pautas que interessam a todos, independente da posição ideológica". A ação da oposição foi criticada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ressaltou a importância de priorizar temas relevantes para o país.
A ocupação do plenário, que começou na terça-feira (5), foi motivada pela exigência de tramitação de um conjunto de propostas conhecido como "pacote da paz", que inclui anistia para condenados pelos eventos de 8 de janeiro, a revogação do foro privilegiado e o impeachment de Alexandre de Moraes. Com a desocupação, o Senado agora se prepara para votar um projeto que reajusta a faixa de isenção do Imposto de Renda, beneficiando quem ganha até dois salários mínimos.
Alcolumbre enfatizou a necessidade de diálogo e responsabilidade nas decisões do Legislativo, afirmando que a democracia se constrói com firmeza. O projeto de isenção do Imposto de Renda, já aprovado pela Câmara, precisa ser confirmado pelo Senado até o dia 11 de agosto para evitar a perda de validade da medida provisória que o originou.