O Partido Progressista (PP), que ocupa dois ministérios na administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uniu forças com o PL de Jair Bolsonaro para articular a derrota do governo na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Na manhã desta quarta-feira, 20 de agosto, Omar Aziz (PSD-AM), que era o nome alinhado ao governo para presidir a comissão, foi surpreendentemente desbancado pela oposição, que emplacou Carlos Viana (Podemos-MG) como novo presidente.
A articulação da oposição foi liderada pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que passou a noite fazendo ligações para garantir a mudança na presidência. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, endossou a manobra e parabenizou Cavalcante pela vitória. Além da presidência, a oposição também conseguiu substituir o indicado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), um político alinhado a Bolsonaro e crítico de Lula.
Com essa reviravolta, o governo Lula se vê em um novo cenário político, já que esperava manter Aziz e Ricardo Ayres (Republicanos-TO) no comando da CPMI. A administração petista subestimou o impacto da comissão e acreditava ter um acordo sólido para manter a situação sob controle. Agora, a oposição busca um vice-presidente que represente o PL e espera que a CPMI traduza o sentimento de indignação em relação às fraudes no INSS.